Audi RS4 Avant 4.2 V8 Quattro by AutoHoje
As carrinhas com motores hiper-potentes e dinâmica à altura das prestações são um dos melhores pretextos conhecidos pelo homem para fazer passar um super-desportivo pelo escrutínio familiar.
Amor, comprei uma carrinha! Esta deve ser uma das melhores formas de fazer a apresentação à família de um super-desportivo. É claro que as jantes de 19 polegadas, que enchem umas cavas de roda convenientemente alargadas para as receber, os logos RS4, e uma frente na qual são evidentes as preocupações em dar ao V8 todo o ar que ele precisa, seja para respirar seja para se refrigerar, podem denunciar o jogo. Mesmo assim, as alterações são suficientemente discretas para poderem ser justificadas com: «gastei mais um bocadinho e optei pela versão com o kit de carroçaria desportivo. Tem um ar mais jovem» Com sorte, o inquérito feminino termina por aí, sem argumentos para conseguir justificar a suspeita que assola o ar: «como é que alguém aceitou tão bem a ideia de vender o adorado Porsche 911?».
Até porque, felizmente, mesmo em andamento a RS4 é capaz de mascarar a sua verdadeira atitude de «arrasa Porsche». O extraordinário binário do V8 quase torna redundante a excelente caixa de seis velocidades: leve, rápida e precisa. Para seguir o fluxo de trânsito basta usá-lo entre as 1000 e as 3000 rpm, regime a que a sua batida, apesar de discreta, começa a revelar que, afinal, «o carro do papá» não é assim tão inocente como fez querer à mamã. Porém, regra geral, estas mentes «mais conhecedoras» não denunciam o jogo. Preferem usar o poder para nos chantagear: «pai como «faz» este carro?» Isto são «os peritos» a anunciarem o seu desejo de ouvir o V8. Ok. Acelerador a fundo e 5000/5500 rpm são suficientes para os deixar saborear o poder do V8 e colocar um sorriso nos seus lábios, guardando uma margem de segurança conveniente. Sim, porque as últimas 3000 rotações são só para aqueles momentos de, passe a contradição, introspecção a dois.
Sempre poderoso, o V8 4.2 possui uma aceleração final, às 5500 rpm, que nos catapulta rumo ao horizonte. A tracção total faz com que todas as 8250 rpm do motor sejam transferidas ao asfalto, sem perdas nem hesitações, qualquer que seja o estado do piso. Bom, mau, irregular, seco ou molhado, é indiferente para a RS4 Avant. A suspensão faz um excelente trabalho a digerir imperfeições e manter a precisão de controlo da carroçaria, com a RS4 a beneficiar disso para manter uma atitude neutra e equilibrada a velocidades que fariam tremer carros menos dotados. Melhor. O diferencial central Torsen que envia 60% da potência para o eixo traseiro permite vencer a subviragem em força: caso exista espaço, e coragem, basta manter a aceleração e o ângulo de volante que a RS4 adopta uma fantástica deriva às quatro rodas. Mesmo para lá do limite, o chassis continua a presentear-nos com exploráveis reservas de direccionalidade e estabilidade.
Estes dotes guerreiros estão particularmente indicados para estradas exigentes, com traçados rápidos mas sinuosos e de relevo diferenciado, nas quais, bem encaixados nuns belos bancos Recaro, somos servidos por uma envolvência e eficácia intoxicantes.
Mas que belo pretexto.
:twisted: :twisted:
As carrinhas com motores hiper-potentes e dinâmica à altura das prestações são um dos melhores pretextos conhecidos pelo homem para fazer passar um super-desportivo pelo escrutínio familiar.
Amor, comprei uma carrinha! Esta deve ser uma das melhores formas de fazer a apresentação à família de um super-desportivo. É claro que as jantes de 19 polegadas, que enchem umas cavas de roda convenientemente alargadas para as receber, os logos RS4, e uma frente na qual são evidentes as preocupações em dar ao V8 todo o ar que ele precisa, seja para respirar seja para se refrigerar, podem denunciar o jogo. Mesmo assim, as alterações são suficientemente discretas para poderem ser justificadas com: «gastei mais um bocadinho e optei pela versão com o kit de carroçaria desportivo. Tem um ar mais jovem» Com sorte, o inquérito feminino termina por aí, sem argumentos para conseguir justificar a suspeita que assola o ar: «como é que alguém aceitou tão bem a ideia de vender o adorado Porsche 911?».
Até porque, felizmente, mesmo em andamento a RS4 é capaz de mascarar a sua verdadeira atitude de «arrasa Porsche». O extraordinário binário do V8 quase torna redundante a excelente caixa de seis velocidades: leve, rápida e precisa. Para seguir o fluxo de trânsito basta usá-lo entre as 1000 e as 3000 rpm, regime a que a sua batida, apesar de discreta, começa a revelar que, afinal, «o carro do papá» não é assim tão inocente como fez querer à mamã. Porém, regra geral, estas mentes «mais conhecedoras» não denunciam o jogo. Preferem usar o poder para nos chantagear: «pai como «faz» este carro?» Isto são «os peritos» a anunciarem o seu desejo de ouvir o V8. Ok. Acelerador a fundo e 5000/5500 rpm são suficientes para os deixar saborear o poder do V8 e colocar um sorriso nos seus lábios, guardando uma margem de segurança conveniente. Sim, porque as últimas 3000 rotações são só para aqueles momentos de, passe a contradição, introspecção a dois.
Sempre poderoso, o V8 4.2 possui uma aceleração final, às 5500 rpm, que nos catapulta rumo ao horizonte. A tracção total faz com que todas as 8250 rpm do motor sejam transferidas ao asfalto, sem perdas nem hesitações, qualquer que seja o estado do piso. Bom, mau, irregular, seco ou molhado, é indiferente para a RS4 Avant. A suspensão faz um excelente trabalho a digerir imperfeições e manter a precisão de controlo da carroçaria, com a RS4 a beneficiar disso para manter uma atitude neutra e equilibrada a velocidades que fariam tremer carros menos dotados. Melhor. O diferencial central Torsen que envia 60% da potência para o eixo traseiro permite vencer a subviragem em força: caso exista espaço, e coragem, basta manter a aceleração e o ângulo de volante que a RS4 adopta uma fantástica deriva às quatro rodas. Mesmo para lá do limite, o chassis continua a presentear-nos com exploráveis reservas de direccionalidade e estabilidade.
Estes dotes guerreiros estão particularmente indicados para estradas exigentes, com traçados rápidos mas sinuosos e de relevo diferenciado, nas quais, bem encaixados nuns belos bancos Recaro, somos servidos por uma envolvência e eficácia intoxicantes.
Mas que belo pretexto.
:twisted: :twisted: