BRABUS Bullit, o Mercedes-Benz Classe C de 730 cv
Menor sedã da marca alemã ganha V12 e cava o asfalto com velocidades acima de 360 km/h
(17-09-07) - A BRABUS é uma preparadora que faz mudanças extremas, tão extremas que não
é exagero ela rebatizar os veículos que modifica com sua própria marca. Foi assim com o Rocket,
um Mercedes-Benz CLS modificado que se tornou o sedã de produção em série mais veloz do mundo.
Apesar de o Classe C ser bem mais modesto do que o CLS, a BRABUS também o tratou com o maior
carinho do mundo e apresentou, em Frankfurt, o Bullit. Com o mesmo motor do Rocket, o Bullit é
sério candidato a se tornar o novo sedã produzido em série mais veloz do mundo.
Basta ver que o Bullit, no 0 a 100 km/h, reduziu o tempo do Rocket em 0,1 s. Em vez de 4 s, o
derivado do Classe C chega aos 100 km/h em 3,9 s. No 0 a 200 km/h, a redução foi ainda menor.
Dos 10,5 s do Rocket, o Bullit faz o mesmo em 10,49 s. Ainda assim, é mais rápido, mas é no 0 a
300 km/h que o novo modelo mostra porque menos peso ajuda: em vez de chegar a essa
velocidade estonteante em 29,5 s, ele a atinge em 24,5 s, exatos 5 s a menos do que o derivado
do CLS.
A BRABUS deve colocar o Bullit, uma homenagem ao filme homônimo, estrelado por Steve
McQueen, no circuito italiano de Nardo em breve. Foi ali que a marca pulverizou recordes,
primeiro com o E V12, em 1996, que bateu 330 km/h. Em 2003, colocou dois turbos no E V12
e chegou a 350,2 km/h, para finalmente chegar a 2006, com o Rocket, aos 365,7 km/h. Até lá,
o título continua em casa, mas com o “foguete” da marca.
Com produção limitada, o Bullit é um primor de engenharia, primeiro por conseguir ter sob o capô
um motor que só cabe facilmente dentro do cofre de modelos bem maiores, como o Classe S.
O motor do exemplo mais extremo de um lobo em pele de cordeiro é o BRABUS SV 12 S Biturbo.
Como já dissemos, ele gera 730 cv (a 5.100 rpm), com torque máximo de 134,6 kgm a baixos
2.100 rpm. Como é muita força, o torque máximo foi limitado a 112,2 kgm, na mesma faixa de
giro, para não moer as engrenagens da caixa de câmbio de cinco marchas automática. A tração
é traseira.
Para que o Bullit não saísse literalmente voando, a BRABUS fez nele um trabalho aerodinâmico
pesado, em túnel de vento, otimizado para velocidades acima de 300 km/h. Assim, todos os
apêndices que podem ser vistos no carro, como o discreto aerofólio traseiro, as entradas de ar
no capô de alumínio e os difusores de ar traseiros, são funcionais.
Para quem acha isso uma insanidade, algo impossível de atingir em estradas normais, vale lembrar
que a BRABUS é alemã e que lá existem, além das autobahnen, estradas sem limite de velocidade,
muita gente doida para comprar um modelo que ande acima dos 250 km/h.
A suspensão é ajustável em dez posições diferentes, uma para cada situação específica, desde
conforto máximo até o máximo de esportividade, propostas quase sempre conflitantes. Rodas
BRABUS Monoblock S de aro 19” vêm calçadas em pneus 265/30 ZR 19 na dianteira e
285/30 ZR 19 na traseira.
Descontado o fato de que o carro conta com toda a tradicional sopa de letrinhas dos sistemas de
segurança eletrônicos (ABS, ESP etc.), os freios são de 12 pistões de alumínio na dianteira, para
“morder” discos de 380 x 37 mm, e de seis pistões na traseira, com discos de 360 x 28 mm.
Os futuros donos do Bullit serão limitados tanto pela produção quanto pelo valor do carro: 348
mil euros, sem contar os impostos. É o mesmo valor cobrado pelo Rocket, pouco menos de
R$ 919 mil. Isso lá no Velho Continente. Por aqui, uma jóia como esta custaria pelo menos o dobro.
O anúncio do novo sedã mais veloz do mundo deve sair em breve. Acompanhe nosso noticiário
para saber de mais esse feito em primeira mão.