O ACP diz que o combustível vendido nas estações de serviço de baixo custo da Galp é igual ao vendido nos outros postos de abastecimento.
"Os testes laboratoriais provam que o Automóvel Clube de Portugal (ACP) tem razão: os combustíveis vendidos no posto Galp Base, de Setúbal, têm aditivos, caindo por terra a justificação apresentada pela Galp (a ausência de aditivos) para a redução de preços", refere o ACP em comunicado hoje divulgado.
A associação informa ainda que apresentou, na passada segunda-feira, a contestação do processo judicial que a Galp intentou contra o ACP, e que anunciou no Parlamento em Outubro passado, e adianta que se defende assim "deste ataque sem precedentes contra o seu papel na sociedade".
Depois do anúncio da Galp de abrir um posto de gasolina de baixo custo em Setúbal, o ACP alertou para a existência de indícios de concertação no preço da venda de combustíveis ao público e denunciou, em Setembro passado, a situação à Comissão Europeia.
Há pouco mais de três semanas, o presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Manuel Sebastião, foi ouvido sobre o mesmo assunto pela Comissão dos Assuntos Económicos e Energia, dizendo aos deputados que "a introdução dos vários segmentos dos combustíveis", com marcas brancas e produtos aditivados mais caros, "prova que o mercado está a funcionar e a concorrência também".
Hoje o ACP, naquele comunicado, afirma que a AdC "podia e devia ter realizado" os testes de laboratório sobre os aditivos do combustível vendido pela Galp Base, assim como o levantamento de preços praticados nas lojas Galp que o ACP efectuou e que "provaram" que os preços praticados são mais caros do que os do mercado.
O ACP acrescenta que, para produtos diferentes de combustíveis, como água, refrigerantes, cerveja, chocolate, bolachas, entre outros, "os preços da Galp Base são entre 70% e 100% mais caros do que os praticados no mercado em geral, o que desfaz a outra justificação apresentada pela Galp para a diferença de preços", baseada em menores custos por não ter loja no posto Galp Base.
"O ACP espera que a Autoridade de Concorrência não ignore as evidências que resultam deste processo judicial e decida finalmente intervir de imediato no cumprimento dos seus deveres", afirma o clube.
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