Dicas para Detalhe automovel!
Uma boa lavagem é a base de todo o processo do detalhe, e sem ela não há pintura que resista. A não ser que possam pagar um detalhe todos os meses, e que não se importem de ficar sem verniz no carro, devem investir numa boa lavagem! lol
Produtos e material necessários para a lavagem à detalhe:
Luva 100% Pelo de Ovelha
Imagem
Esta luva é extremamente macia e como tal não agride nem deixa marcas no verniz. Além disso, devido à sua textura "fofa" agarra as partículas de sujidade, envolve-as e impede que estas estejam em contacto com a pintura, danificando-a.
É esta a vantagem relativamente à comum esponja. Já que esta tem um formato e uma textura, que só permitem que ela "empurre" a sujidade do carro, fazendo com que as partículas de sujidade sejam empurradas pela pintura fora, criando danos na mesma.
A luva da foto é a profissional. Por dentro da luva de pelo tem uma luva de borracha removível, para que não molhemos as mãos. A "normal" não tem essa luva interior mas o resultado é o mesmo
Ainda se pode usar uma luva feita do mesmo material das esponjas de polimento, a Schmitt. Apesar de ser segura para a pintura a maioria dos Detailers prefere a luva de ovelha.
Manutenção da luva:
- A luva sendo de pele, precisa de vários cuidados para que não fique danificada e para que mantenha todas as suas propriedades. Uma luva bem tratada pode durar anos, uma mal tratada pode durar 15 dias.
- A luva deve ser lavada no fim da lavagem com água corrente. Se estiver já muito encardida, com água morna e detergente da loiça, massajar suavemente para a limpar e para soltar algumas partículas que ainda estejam dentro dos pelos.
- A luva deve ser deixada a secar em local arejado, sempre à sombra e nunca dobrada (para não criar vincos e rasgar ao secar)! Deve ser presa pelo punho e deixada assim 2 a 4 dias, pois só assim ficará totalmente seca. Uma luva se não ficar totalmente seca irá rasgar e começar a perder pelo, por isso não tenham pressa. Há quem defenda que se deve virar a luva ao contrário para secar. Não façam isso, só irão fragilizar ainda mais a luva.
- A luva depois de seca fica um pouco mais "rija". Antes de lavarem o carro de novo coloquem-na uns minutos no balde da água para que amoleça um pouco.
Champô de qualidade
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Mais um elemento importantíssimo para uma boa lavagem! Há muitos champôs no mercado, alguns bem baratos. Mas então porque se gastam 10€ em meio litro de champô quando se pode comprar 5L por 2€?
Todos esses champôs baratos são champôs muito agressivos, feitos para limpar tudo sem esforço e rapidamente. O que acontece é que a agressividade é tanta que acabam além da sujidade, tirar toda a protecção que o carro tenha (selante, cera, glazes, condicionadores), deixando o carro sem qualquer protecção e vulnerável a todos os agressores da pintura. Além disso acaba também por ressequir e danificar material mais sensível como borrachas e plásticos, dando-lhes um aspecto ressequido.
Por esta razão é crucial ter um bom champô, com bom poder de lubrificação (para envolver as partículas de sujidade de modo a não riscarem a pintura) e que acima de tudo seja seguro para todas as superfícies do carro e que não retire a protecção que o carro tenha.
Para principiantes aconselho o Sonax, Glanz ou Carlack Re-greasing que são baratos e têm boa lubrificação.
2 Baldes ou balde duplo
Eu uso 2 baldes, porquê? Porque 1 balde duplo é mais caro e leva só metade da água lol
Falando mais a sério, porquê 2 baldes? Quando passamos a luva na pintura apanhamos bastante sujidade, certo? Ora se depois vamos mergulhar a luva de novo no balde do champô, o que acontece? A sujidade vai ficar toda nesse balde. Depois de alguma passagens, o que vi acontecer é que já estamos a molhar a luva em água suja, cheia de partículas, e estamos a passar toda essa porcaria na pintura, causando grandes danos.
O 2º balde só tem água limpa. Esta água serve para lavarmos a luva depois de uma passagem, para depois molharmos de novo no balde com champô. Assim o balde com champô terá sempre água limpa e a pintura nunca será lavada com uma luva suja e com partículas. Se fizerem bem este processo, a água do champô estará sempre limpa e o 2º balde no fim tem só água suja! A água do 2º balde deverá ser trocada 1 ou 2 vezes durante a lavagem, para que não fique mesmo preta lol
Há ainda quem use "grit guards", que são umas grelhas que se colocam no fundo dos baldes, para que as partículas fiquem no fundo do mesmo e não se voltem a agarrar à luva. Pessoalmente não uso e não acho essencial, desde que se lave bem a luva após cda passagem
Toalha de secar WW
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No fim de lavar o carro é imperativo seca-lo convenientemente para que não fiquem manchas na pintura. A maioria das pessoas usam panos vários ou a famosa camurça. A camurça risca a pintura toda, porque "varre" a mesma, arrastando a água à frente. Seca muito bem é verdade, mas danifica o verniz ainda melhor!
A Toalha com formato WW (waffle weave) é uma toalha desenhada para secar a pintura sem a riscar. É super suave, segura para a pintura e pode ser "arrastada" por todo o carro que nunca vais riscar no verniz. Além disso é super absorvente. É possível secar um carro inteiro sem a torcer uma única vez
Champô para jantes
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Durante a lavagem podem usar a água com champô para lavar também as jantes, não há problema nenhum. No entanto, o uso de um champô próprio para estas, facilita o trabalho.
Este champô não é ácido, protegendo assim o verniz das jantes, mas é suficiente forte para retirar toda a sujidade das mesmas.
Para principiantes recomendo o wheel cleaner da 1Z (há 2 tipos, escolham a que é americana, é menos agressivo) por ser eficaz e mais barato.
Limpa vidros
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Ter um limpa-vidros na nossa colecção de produtos é bastante vantajoso. Já para não dizer crucial. Uma boa visibilidade é essencial na estrada, como tal ter os vidros sempre limpos e cristalinos, é obrigatório para manutenção da segurança em estrada.
Devemos ter um limpa-vidros que não contenha amoníaco para que não deixe marcas, nem agrida ou danifique as borrachas envolventes.
Aconselho o da imagem, da 1z, por ter uma boa relação preço qualidade.
Deve-se borrifar o pano microfibras com o produto, espalhar no vidro e remover com outro pano microfibras seco. Não é preciso "encharcar" o pano com produto, basta 1 ou 2 borrifadelas por vidro.
Panos micro-fibras
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Um dos instrumentos essenciais no Detalhe.
Os panos micro-fibras servem para tudo. Remover selantes, ceras, aplicar produtos em vidros ou plásticos, retirar os excessos dos mesmos, etc, etc...
Neste caso são apresentados por causa do limpa-vidros. Devem ter pelo menos 2 ou 3 panos de microfibras de qualidade para não danificar nenhuma superfície do carro.
Por vezes encontram-se panos de microfibras à venda em grandes superfícies. Normalmente esses panos são "pseudo" microfibras de baixa qualidade e como tal, só devem ser utilizados no interior ou no motor. Para tratamentos ao exterior do carro, nomeadamente à pintura, deve-se sempre usar panos microfibras de elevada qualidade!
Manutenção dos panos e toalha WW:
Depois de usados, os panos microfibras e a toalha WW podem ser lavas à máquina. Devem ser usadas altas temperaturas (70 a 95º) para que a sujidade seja totalmente libertada.
Há detergentes específicos para este tipo de material, mas se usarem um detergente líquido normal (sem amaciador) e colocarem 2 colheres de vinagre no compartimento do amaciador da máquina, os resultados vão ser os mesmos
Técnicas de lavagem à Detalhe
Agora que temos todo o material, vamos descobrir as técnicas para lavar o carro.
O primeiro passo é lavar as jantes, devemos sempre começar por aí! As jantes estão sempre muito sujas com ferodo, logo lavar o carro e no fim ir às jantes, com os salpicos da água, acabavamos por sujar a pintura de novo com ferodo.
Jantes
Assim sendo vamos primeiro às jantes. Começem por passar àgua pelas mesmas, aplicam o produto de limpeza na diagonal e nunca de frente para as jantes. Porquê? Porque se aplicarem de frente vão perder imenso produto pelos espaços abertos. Se aplicarem na diagonal conseguem chegar a locais mais apertados, aplicam de forma uniforme e não desperdiçam tanto produto.
Depois do produto aplicado devem espalha-lo com um pincel normal. O pincel deve ser de plástico, ou se tiver partes metálicas, estas devem ser protegidas com fita isoladora para que não corram o risco de riscar a jante. Depois do produto bem aplicado pela jante, devem enxaguar e repetir todo o processo se necessário.
Para o interior da jante, se quiserem lavar o mesmo, existem escovas próprias como esta:
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Esta é própria para o interior, com cerdas suaves para não riscar e bastante flexível para chegar a todos os cantos. Basta borrifar o produto no interior da jante, esfregar com a escova e enxaguar no fim.
Pintura
Com as jantes já lavadas vamos à pintura!
Depois temos de nos lembrar sempre desta regra: lavar sempre de cima para baixo! As partes baixas são sempre as partes mais sujas, logo se lavarmos de baixo para cima estamos a levar toda a sujidade para a parte mais limpa e a correr mais riscos.
Primeiro lavamos o tejadinho, vidros, mala e capot e só depois as laterais. Os parachoques e a parte inferior das laterais deverão ficar para o fim por serem mais sujas.
Vamos em primeiro lugar molhar o carro todo e começamos a lavar o tejadilho, sempre em movimento longitudinais (no sentido do vento). Lavamos 1/4 do tejadilho e lavamos a luva na água limpa. Voltamos a molhar no champô e lavamos outro 1/4. Se forem rápidos podem ainda lavar metade dos vidros, do capot e da mala sem enxaguar. Senão devem ir enxaguando para que o champo não seque e não fiquem marcas.
Depois é lavar as laterais com o mesmo sistema, de cima para baixo, em movimentos longitudinais (no sentido do vento). E por fim os prachoques e a parte inferior das laterais. Mais uma vez chamo a atenção, se a luva for baixo, não volta para cima!
No final depois de todo lavado, basta secar com a toalha WW. Esta toalha usa-se da seguinte forma: estica-se sobre o carro e puxa-se pelas pontas (podem aproveitar os bolsos, como se ve na foto)
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Por fim vamos ao vidros. Como já referi, 1 ou 2 borrifos do produto no pano MF. Limpa-se o vidro e no fim passa-se outro pano MF para secar e tirar alguma marca que fique. Os panos MF devem ir sendo virados de modo a ter sempre uma superfície limpa. Usam-se dobrados em 4 e depois é ir virando, dá para usarem 8 superfícies limpas
Limpar mosquitos sem riscar a pintura
Quem já não se percebeu como é difícil retirar os mosquitos que ficam na frente e nos vidros do carro, principalmente quando ficam lá alguns dias?
Normalmente o que se faz para retirar esses verdadeiros fósseis? Esfrega-se mais ou passa-se a unha certo? Errado! Com isto só estão a riscar o verniz da pintura. Nunca, mas mesmo nunca se deve deve esfregar a pintura de um carro, sob o risco de criar swirls na pintura.
Felizmente existe um produto específico para retirar os mosquitos, este:
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Este produto é super simples de aplicar. Borrifa-se a área com os mosquitos e espera-se cerca de 1 minuto. Vai começar a fazer espuma, é o produto a dissolver os mosquitos.
Depois é só lavar normalmente com a luva como indicado acima, é simples! Os mosquitos vão estar amolecidos e sairão mais facilmente. Atenção que se deve lavar a luva mais frequentemente no 2º balde, pois a cada passagem a luva vai ficar muito suja.
No caso de ainda restarem alguns mosquitos, repetir a operação e sairá tudo.
Mais uma vez relembro, nunca esfregar para tirar os mosquitos mais incrustados
As Ceras, factos e técnicas de aplicação
Agora que lavamos muito bem o carro e ele está todo limpinho e brilhante, chega a altura de lhe darmos alguma protecção contra os agentes agressores ambientais. Deste modo mantemos o aspecto brilhante do carro bem como evitamos danos na sua camada de verniz.
Mas como funcionam as ceras?
Imaginemos a pintura do nosso carro por camadas:
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Como se vê na imagem, depois da chapa temos uma camada de primário, uma camada de cor e uma camada maior de verniz. É nessa última camada (o verniz) que vão incidir todos os agentes agressores que enfrentamos no dia-a-dia. A contaminação causada por poluição, óleons e gorduras, etc (a preto), as "bombas" dos pássaros (a castanho, extremamento corrosivos para o verniz, devem ser logo retirados!!!) e os raios solares que "queimam" e oxidam o verniz (a amarelo).
Com tantos agressores como conseguimos proteger a pintura do nosso carro? A aplicação de cera é uma dessas estratégias.
Mais uma imagem:
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Como podem ver ao aplicarem cera (ou selante ou selante+cera) estão a dar à pintura uma camada extra, camada essa que vai proteger o vosso verniz, já que os agentes agressores actuam sobre esta.
Assim sendo, à medida que o tempo passa, a camada de protecção vai aquentando todos os agressores e só esta se degrada, a camada de verniz estará sempre segura.
Agora que percebemos a importância da aplicação da cera, vamos aprender a coloca-la.
Primeiro precisam de um aplicador poliespuma
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Este aplicador é ideal para ceras em pasta e não é agressivo para a pintura, permitindo assim aplicar cera sem qualquer risco.
Método de aplicação:
Antes de tudo, a cera deve ser aplicada à SOMBRA e com a chapa FRIA. Só assim garantem todas as suas propriedades.
Para aplicarem a cera devem "esfregar" o aplicador no boião da cera e depois aplicar num painel em movimentos circulares, sobrepondo a última passagem, de modo a aplicarem a cera em toda a superfície. Depois de aplicarem a cera no painel devem retirar os excessos com um bom pano microfibras, de preferência dos extra-felpudos.
Um dos erros mais comuns é deixar ficar a cera muito tempo a curar o que depois torna difícil a sua remoção. Devem aplicar num painel (porta por ex) e remover logo de seguida. Em paineis mais grandes (tejadilho, capot) apliquem em 2 ou 3 fases, de modo a que a cera não cure muito tempo.
Se fizerem desta forma evitam andar a "esfregar" com força de mais, o que vai originar mais swirls... retirem sempre os excessos com movimentos rápidos mas suaves, sem pressão na pintura. Se por alguma razão a cera não sair facilmente, mandem 1 ou 2 borrifos de água destilada para a pintura, vai ajudar na remoção
Nota: Em caso de uma repintura nova, só se deve aplicar cera no mínimo 1mês depois da repintura. Isto no caso de ceras naturais (com carnauba). No caso de ceras sintéticas a aplicação deve ser só 2 ou 3 meses após a repintura.Devemos ter este cuidado, pois a aplicação de produtos (selante ou cera) numa pintura recente impede que a mesma "respire" e que os seus solventes se evaporem.
Manutenção da cera
Existem vários tipos de ceras com várias durabilidades. Enquanto há algumas que são feitas a pensar no look, há outras feitas a pensar na durabilidade (Collinite por ex). Esta última dura vários meses, enquanto que outras duram apenas um mês com 100% de eficácia.
De uma forma geral, o ideal é renovar a aplicação da cera todos os meses. Assim fica garantida a protecção a 100%.Mas no caso de usarem ceras com maior durabilidade como a Collinite, pelo menos de 3 em 3 meses é aconselhável a sua renovação.
Swirls e Hologramas
Todos nós já ouvimos falar alguma de vez de Swirls e Hologramas na pintura de um carro. Mas saberemos realmente o que são e como identifica-los?
O objectivo desta secção é aprender a identifica-los, de modo a fazer uma boa avaliação do estado da nossa pintura.
Por vezes lavamos o carro nas lavagens automáticas e quando saímos olhamos e pensamos "está impecável, não demorou nada e foi barato!"... outras vezes levamos o carro a polir a uma qualquer oficina e ficamos impressionados com o resultado.
O problema é que bem analisado e com as condições correctas, tanto uma como a outra situação vão deixar marcas que só o Detalhe conseguirá resolver, vejamos:
Swirls
Os swirls são basicamente riscos ou micro-riscos no verniz do nosso carro. São provocados 90% das vezes por lavagens ou secagens incorrectas.
As formas mais comuns de criar swirls é lavando em lavagens automáticas (rolos), com vassouras ou com esponjas que só empurram a sujidade pela pintura em vez de a envolverem (como faz a luva de pelo de ovelha).
Na secagem também é frequente criar swirls pelo uso de panos com sujidade, panos de material agressivo (toalhas normais) ou a famosa camurça (a que causas mais defeitos) que não absorve, mas sim empurra toda a água bem como impurezas ou sujidades pela pintura fora!
Os swirls caracterizam-se pela sua forma circular e pelo seu padrão de "teia". Algumas pessoas conhecem-nos precisamente pelo nome "teias de aranha na pintura". Só são visíveis à luz de um holofote ou ao Sol, quando o mesmo incide na pintura. Daí que à sombra ou quando se lava o carro e ainda está molhado, não sejam identificáveis à primeira vista.
Um exemplo de Swirls vistos ao holofote:
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E uma pequena secção já corrigida pelo verdadeiro Detalhe:
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Este carro tinha pouco mais de um ano, mas rolos e vassouradas deixaram a pintura naquele estado, cheia de defeitos e sem brilho. No entanto veja-se como foi possível recuperar o estado original da pintura.
Aqui se vê a importância de uma boa e correcta lavagem, realizada com as técnicas do Detalhe. Não demora 10min, demora uma hora. Não custa 5€, mas 20€ (se feita fora de casa). Mas a pintura está sempre imaculada, com o brilho original e não no estado acima demonstrado. Assim poupam e protegem a pintura, mantém o carro com o brilho e aspecto originais e evitam posteriores detalhes para corrigir todos os defeitos.
Hologramas
Ao contrário do Swirls, já bastante populares e conhecidos, outro grande defeito das pinturas são os hologramas. Estão são muito menos conhecidos pelo público geral e mais difíceis de identificar (mais uma vez é necessária a luz de um holofote ou o Sol a incidir directamente na pintura). Os hologramas menores passam facilmente despercebidos aos olhos de alguém que não esteja familiarizado com os mesmos.
Os hologramas são criados por polimentos deficientes, feitos em várias oficinas ou por pintores, que não conhecem as técnicas apropriadas e não têm material e sensibilidade adequados às situações.
Normalmente nestes locais os polimentos são feitos com berbequins ou rebarbadoras adaptadas para polir. Ora tanto uma como a outra ferramenta, não têm velocidades adequados à verdadeira correcção de pintura (vulgo polimento). Assim sendo, os polimentos são feitos com velocidades muito elevadas, e sendo ferramentas rotativas, estas vão levar a um aquecimento tal do verniz na zona de polimento, que o mesmo acaba por ficar "mole". Nesta situação, e como não há sensibilidade alguma nestes polimentos, como o verniz está mole e o polimento é feito muito depressa, com pressões excessivas na pintura e com movimentos aleatórios e descoordenados, vão aparecer imensos defeitos criados por diferentes pressões no verniz, tirando a uniformidade desta camada.
O resultado vão ser os ditos hologramas, que devido a uma superfície irregular de verniz e à incidência da luz solar nos mesmos, vão dar este resultado:
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Felizmente com o verdadeiro Detalhe e uma verdadeira correcção da pintura, pode-se mais uma vez recuperar toda a pintura original bem como toda a sua perfeição, uns testes de exemplo:
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Um pintor ou mecânico usa uma rebarbadora ou um berbequim para realizar polimentos. Usa uma única massa de polir e uma única esponja. Tira ainda os excedentes e poeiras resultantes do polimento com um desperdício. Um detailer usa uma polidora criada unicamente para o efeito de polir, esponjas e polishs' de diferentes abrasividades, adequadas ao estado da pintura. Todas as limpezas posteriores são feitas com panos microfibras, seguros para a pintura.
Um pintor ou mecânico demora 2 a 3h a polir um carro, um Detailer 10 ou 15h. Daí a diferença de resultados e também de preço. Mas vendo bem, será mesmo mais caro ir a um detailer? Tirem as conclusões...
Cuidados Interiores
Borrachas interiores
Apesar de serem frequentemente ignoradas, para mim as borrachas interiores são extremamente importantes num carro. Bem tratadas, além de apresentarem um aspecto agradável e saudável, as borrachas cumprem importantes funções como a do isolamento do interior do carro (contra a água por exemplo).
Borrachas em bom estado garantem o correcto isolamento do interior contra todos os agentes externos, prevenindo assim danos maiores nas várias superfícies interiores do carro.
As borrachas interiores são extremamente fáceis de serem tratadas.
Para o seu tratamento temos de ter em conta apenas 2 passos, limpeza e condicionamento. Com a primeiro, como o nome indica estamos apenas a limpar toda a superfície da borrachas, eliminando sujidade, contaminantes ou outros produtos ali presentes. Com o condicionamento, além de devolvermos o aspecto ao material, estamos a hidratar o mesmo, conseguindo assim manter todas as suas propriedades (elasticidade por exemplo).
Para a limpeza precisamos de usar All Pourpose Cleaner
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Basta borrifar um pouco de produto para um pano Microfibras e esfregar as borrachas até as mesmas estarem completamente limpas.
Depois da limpeza a borracha vai ter um aspecto baço e ressequido, é mesmo assim. Isto deve-se à limpeza profunda realizada com o All Poupose Cleaner.
Após a limpeza vamos então proceder ao condicionamento, para isso vamos usar o Gummy da 1Z
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Este produto tem uma pequena esponja na extremidade que permite aplicar de forma uniforme o produto em toda a borracha. Depois é só esperar uns minutos e remover os excessos com pano microfibras. Se a borracha estiver muito ressequida, deixar absorver totalmente, repetir o condicionamento e retirar os excessos.
Deixo aqui um exemplo num carro tratado por mim
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Como se pode ver as borrachas estavam super ressequidas! Além de esbranquiçadas, a sua elasticidade também já apresentava algumas alterações. De notar que este carro contava apenas com 30.000km, ou seja, um carro bastante recente e com pouca utilização.
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Aqui um 50/50 na mala. Pode parecer pintado mas não é! É apenas e só a hidratação conferida pelo condicionador, as diferenças são abismais!
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Aqui uma fotografia de uma secção já terminada. Todas as borrachas tinham os aspecto inicial, ressequidas, esbranquiçadas. No fim ficaram todas hidratadas, com elasticidade e com este aspecto que tanto se aprecia!
Uma nota: estas técnicas e produtos também podem ser usadas nas borrachas exteriores!
Curiosidade: Uma embalagem de Gummy custa 5€! Esta embalagem dá para dezenas de aplicações. A substituição de um borracha exterior (daquelas junto aos vidros), em grandes marcas custa mais de 50€! Com uma aplicação mensal deste produto (com um custo de 0,1€ ou 0,2€ evitam a substituição deste tipo de materiais. Façam as contas
Uma boa lavagem é a base de todo o processo do detalhe, e sem ela não há pintura que resista. A não ser que possam pagar um detalhe todos os meses, e que não se importem de ficar sem verniz no carro, devem investir numa boa lavagem! lol
Produtos e material necessários para a lavagem à detalhe:
Luva 100% Pelo de Ovelha
Imagem
Esta luva é extremamente macia e como tal não agride nem deixa marcas no verniz. Além disso, devido à sua textura "fofa" agarra as partículas de sujidade, envolve-as e impede que estas estejam em contacto com a pintura, danificando-a.
É esta a vantagem relativamente à comum esponja. Já que esta tem um formato e uma textura, que só permitem que ela "empurre" a sujidade do carro, fazendo com que as partículas de sujidade sejam empurradas pela pintura fora, criando danos na mesma.
A luva da foto é a profissional. Por dentro da luva de pelo tem uma luva de borracha removível, para que não molhemos as mãos. A "normal" não tem essa luva interior mas o resultado é o mesmo
Ainda se pode usar uma luva feita do mesmo material das esponjas de polimento, a Schmitt. Apesar de ser segura para a pintura a maioria dos Detailers prefere a luva de ovelha.
Manutenção da luva:
- A luva sendo de pele, precisa de vários cuidados para que não fique danificada e para que mantenha todas as suas propriedades. Uma luva bem tratada pode durar anos, uma mal tratada pode durar 15 dias.
- A luva deve ser lavada no fim da lavagem com água corrente. Se estiver já muito encardida, com água morna e detergente da loiça, massajar suavemente para a limpar e para soltar algumas partículas que ainda estejam dentro dos pelos.
- A luva deve ser deixada a secar em local arejado, sempre à sombra e nunca dobrada (para não criar vincos e rasgar ao secar)! Deve ser presa pelo punho e deixada assim 2 a 4 dias, pois só assim ficará totalmente seca. Uma luva se não ficar totalmente seca irá rasgar e começar a perder pelo, por isso não tenham pressa. Há quem defenda que se deve virar a luva ao contrário para secar. Não façam isso, só irão fragilizar ainda mais a luva.
- A luva depois de seca fica um pouco mais "rija". Antes de lavarem o carro de novo coloquem-na uns minutos no balde da água para que amoleça um pouco.
Champô de qualidade
Imagem
Mais um elemento importantíssimo para uma boa lavagem! Há muitos champôs no mercado, alguns bem baratos. Mas então porque se gastam 10€ em meio litro de champô quando se pode comprar 5L por 2€?
Todos esses champôs baratos são champôs muito agressivos, feitos para limpar tudo sem esforço e rapidamente. O que acontece é que a agressividade é tanta que acabam além da sujidade, tirar toda a protecção que o carro tenha (selante, cera, glazes, condicionadores), deixando o carro sem qualquer protecção e vulnerável a todos os agressores da pintura. Além disso acaba também por ressequir e danificar material mais sensível como borrachas e plásticos, dando-lhes um aspecto ressequido.
Por esta razão é crucial ter um bom champô, com bom poder de lubrificação (para envolver as partículas de sujidade de modo a não riscarem a pintura) e que acima de tudo seja seguro para todas as superfícies do carro e que não retire a protecção que o carro tenha.
Para principiantes aconselho o Sonax, Glanz ou Carlack Re-greasing que são baratos e têm boa lubrificação.
2 Baldes ou balde duplo
Eu uso 2 baldes, porquê? Porque 1 balde duplo é mais caro e leva só metade da água lol
Falando mais a sério, porquê 2 baldes? Quando passamos a luva na pintura apanhamos bastante sujidade, certo? Ora se depois vamos mergulhar a luva de novo no balde do champô, o que acontece? A sujidade vai ficar toda nesse balde. Depois de alguma passagens, o que vi acontecer é que já estamos a molhar a luva em água suja, cheia de partículas, e estamos a passar toda essa porcaria na pintura, causando grandes danos.
O 2º balde só tem água limpa. Esta água serve para lavarmos a luva depois de uma passagem, para depois molharmos de novo no balde com champô. Assim o balde com champô terá sempre água limpa e a pintura nunca será lavada com uma luva suja e com partículas. Se fizerem bem este processo, a água do champô estará sempre limpa e o 2º balde no fim tem só água suja! A água do 2º balde deverá ser trocada 1 ou 2 vezes durante a lavagem, para que não fique mesmo preta lol
Há ainda quem use "grit guards", que são umas grelhas que se colocam no fundo dos baldes, para que as partículas fiquem no fundo do mesmo e não se voltem a agarrar à luva. Pessoalmente não uso e não acho essencial, desde que se lave bem a luva após cda passagem
Toalha de secar WW
Imagem
No fim de lavar o carro é imperativo seca-lo convenientemente para que não fiquem manchas na pintura. A maioria das pessoas usam panos vários ou a famosa camurça. A camurça risca a pintura toda, porque "varre" a mesma, arrastando a água à frente. Seca muito bem é verdade, mas danifica o verniz ainda melhor!
A Toalha com formato WW (waffle weave) é uma toalha desenhada para secar a pintura sem a riscar. É super suave, segura para a pintura e pode ser "arrastada" por todo o carro que nunca vais riscar no verniz. Além disso é super absorvente. É possível secar um carro inteiro sem a torcer uma única vez
Champô para jantes
Imagem
Durante a lavagem podem usar a água com champô para lavar também as jantes, não há problema nenhum. No entanto, o uso de um champô próprio para estas, facilita o trabalho.
Este champô não é ácido, protegendo assim o verniz das jantes, mas é suficiente forte para retirar toda a sujidade das mesmas.
Para principiantes recomendo o wheel cleaner da 1Z (há 2 tipos, escolham a que é americana, é menos agressivo) por ser eficaz e mais barato.
Limpa vidros
Imagem
Ter um limpa-vidros na nossa colecção de produtos é bastante vantajoso. Já para não dizer crucial. Uma boa visibilidade é essencial na estrada, como tal ter os vidros sempre limpos e cristalinos, é obrigatório para manutenção da segurança em estrada.
Devemos ter um limpa-vidros que não contenha amoníaco para que não deixe marcas, nem agrida ou danifique as borrachas envolventes.
Aconselho o da imagem, da 1z, por ter uma boa relação preço qualidade.
Deve-se borrifar o pano microfibras com o produto, espalhar no vidro e remover com outro pano microfibras seco. Não é preciso "encharcar" o pano com produto, basta 1 ou 2 borrifadelas por vidro.
Panos micro-fibras
Imagem
Um dos instrumentos essenciais no Detalhe.
Os panos micro-fibras servem para tudo. Remover selantes, ceras, aplicar produtos em vidros ou plásticos, retirar os excessos dos mesmos, etc, etc...
Neste caso são apresentados por causa do limpa-vidros. Devem ter pelo menos 2 ou 3 panos de microfibras de qualidade para não danificar nenhuma superfície do carro.
Por vezes encontram-se panos de microfibras à venda em grandes superfícies. Normalmente esses panos são "pseudo" microfibras de baixa qualidade e como tal, só devem ser utilizados no interior ou no motor. Para tratamentos ao exterior do carro, nomeadamente à pintura, deve-se sempre usar panos microfibras de elevada qualidade!
Manutenção dos panos e toalha WW:
Depois de usados, os panos microfibras e a toalha WW podem ser lavas à máquina. Devem ser usadas altas temperaturas (70 a 95º) para que a sujidade seja totalmente libertada.
Há detergentes específicos para este tipo de material, mas se usarem um detergente líquido normal (sem amaciador) e colocarem 2 colheres de vinagre no compartimento do amaciador da máquina, os resultados vão ser os mesmos
Técnicas de lavagem à Detalhe
Agora que temos todo o material, vamos descobrir as técnicas para lavar o carro.
O primeiro passo é lavar as jantes, devemos sempre começar por aí! As jantes estão sempre muito sujas com ferodo, logo lavar o carro e no fim ir às jantes, com os salpicos da água, acabavamos por sujar a pintura de novo com ferodo.
Jantes
Assim sendo vamos primeiro às jantes. Começem por passar àgua pelas mesmas, aplicam o produto de limpeza na diagonal e nunca de frente para as jantes. Porquê? Porque se aplicarem de frente vão perder imenso produto pelos espaços abertos. Se aplicarem na diagonal conseguem chegar a locais mais apertados, aplicam de forma uniforme e não desperdiçam tanto produto.
Depois do produto aplicado devem espalha-lo com um pincel normal. O pincel deve ser de plástico, ou se tiver partes metálicas, estas devem ser protegidas com fita isoladora para que não corram o risco de riscar a jante. Depois do produto bem aplicado pela jante, devem enxaguar e repetir todo o processo se necessário.
Para o interior da jante, se quiserem lavar o mesmo, existem escovas próprias como esta:
Imagem
Esta é própria para o interior, com cerdas suaves para não riscar e bastante flexível para chegar a todos os cantos. Basta borrifar o produto no interior da jante, esfregar com a escova e enxaguar no fim.
Pintura
Com as jantes já lavadas vamos à pintura!
Depois temos de nos lembrar sempre desta regra: lavar sempre de cima para baixo! As partes baixas são sempre as partes mais sujas, logo se lavarmos de baixo para cima estamos a levar toda a sujidade para a parte mais limpa e a correr mais riscos.
Primeiro lavamos o tejadinho, vidros, mala e capot e só depois as laterais. Os parachoques e a parte inferior das laterais deverão ficar para o fim por serem mais sujas.
Vamos em primeiro lugar molhar o carro todo e começamos a lavar o tejadilho, sempre em movimento longitudinais (no sentido do vento). Lavamos 1/4 do tejadilho e lavamos a luva na água limpa. Voltamos a molhar no champô e lavamos outro 1/4. Se forem rápidos podem ainda lavar metade dos vidros, do capot e da mala sem enxaguar. Senão devem ir enxaguando para que o champo não seque e não fiquem marcas.
Depois é lavar as laterais com o mesmo sistema, de cima para baixo, em movimentos longitudinais (no sentido do vento). E por fim os prachoques e a parte inferior das laterais. Mais uma vez chamo a atenção, se a luva for baixo, não volta para cima!
No final depois de todo lavado, basta secar com a toalha WW. Esta toalha usa-se da seguinte forma: estica-se sobre o carro e puxa-se pelas pontas (podem aproveitar os bolsos, como se ve na foto)
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Por fim vamos ao vidros. Como já referi, 1 ou 2 borrifos do produto no pano MF. Limpa-se o vidro e no fim passa-se outro pano MF para secar e tirar alguma marca que fique. Os panos MF devem ir sendo virados de modo a ter sempre uma superfície limpa. Usam-se dobrados em 4 e depois é ir virando, dá para usarem 8 superfícies limpas
Limpar mosquitos sem riscar a pintura
Quem já não se percebeu como é difícil retirar os mosquitos que ficam na frente e nos vidros do carro, principalmente quando ficam lá alguns dias?
Normalmente o que se faz para retirar esses verdadeiros fósseis? Esfrega-se mais ou passa-se a unha certo? Errado! Com isto só estão a riscar o verniz da pintura. Nunca, mas mesmo nunca se deve deve esfregar a pintura de um carro, sob o risco de criar swirls na pintura.
Felizmente existe um produto específico para retirar os mosquitos, este:
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Este produto é super simples de aplicar. Borrifa-se a área com os mosquitos e espera-se cerca de 1 minuto. Vai começar a fazer espuma, é o produto a dissolver os mosquitos.
Depois é só lavar normalmente com a luva como indicado acima, é simples! Os mosquitos vão estar amolecidos e sairão mais facilmente. Atenção que se deve lavar a luva mais frequentemente no 2º balde, pois a cada passagem a luva vai ficar muito suja.
No caso de ainda restarem alguns mosquitos, repetir a operação e sairá tudo.
Mais uma vez relembro, nunca esfregar para tirar os mosquitos mais incrustados
As Ceras, factos e técnicas de aplicação
Agora que lavamos muito bem o carro e ele está todo limpinho e brilhante, chega a altura de lhe darmos alguma protecção contra os agentes agressores ambientais. Deste modo mantemos o aspecto brilhante do carro bem como evitamos danos na sua camada de verniz.
Mas como funcionam as ceras?
Imaginemos a pintura do nosso carro por camadas:
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Como se vê na imagem, depois da chapa temos uma camada de primário, uma camada de cor e uma camada maior de verniz. É nessa última camada (o verniz) que vão incidir todos os agentes agressores que enfrentamos no dia-a-dia. A contaminação causada por poluição, óleons e gorduras, etc (a preto), as "bombas" dos pássaros (a castanho, extremamento corrosivos para o verniz, devem ser logo retirados!!!) e os raios solares que "queimam" e oxidam o verniz (a amarelo).
Com tantos agressores como conseguimos proteger a pintura do nosso carro? A aplicação de cera é uma dessas estratégias.
Mais uma imagem:
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Como podem ver ao aplicarem cera (ou selante ou selante+cera) estão a dar à pintura uma camada extra, camada essa que vai proteger o vosso verniz, já que os agentes agressores actuam sobre esta.
Assim sendo, à medida que o tempo passa, a camada de protecção vai aquentando todos os agressores e só esta se degrada, a camada de verniz estará sempre segura.
Agora que percebemos a importância da aplicação da cera, vamos aprender a coloca-la.
Primeiro precisam de um aplicador poliespuma
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Este aplicador é ideal para ceras em pasta e não é agressivo para a pintura, permitindo assim aplicar cera sem qualquer risco.
Método de aplicação:
Antes de tudo, a cera deve ser aplicada à SOMBRA e com a chapa FRIA. Só assim garantem todas as suas propriedades.
Para aplicarem a cera devem "esfregar" o aplicador no boião da cera e depois aplicar num painel em movimentos circulares, sobrepondo a última passagem, de modo a aplicarem a cera em toda a superfície. Depois de aplicarem a cera no painel devem retirar os excessos com um bom pano microfibras, de preferência dos extra-felpudos.
Um dos erros mais comuns é deixar ficar a cera muito tempo a curar o que depois torna difícil a sua remoção. Devem aplicar num painel (porta por ex) e remover logo de seguida. Em paineis mais grandes (tejadilho, capot) apliquem em 2 ou 3 fases, de modo a que a cera não cure muito tempo.
Se fizerem desta forma evitam andar a "esfregar" com força de mais, o que vai originar mais swirls... retirem sempre os excessos com movimentos rápidos mas suaves, sem pressão na pintura. Se por alguma razão a cera não sair facilmente, mandem 1 ou 2 borrifos de água destilada para a pintura, vai ajudar na remoção
Nota: Em caso de uma repintura nova, só se deve aplicar cera no mínimo 1mês depois da repintura. Isto no caso de ceras naturais (com carnauba). No caso de ceras sintéticas a aplicação deve ser só 2 ou 3 meses após a repintura.Devemos ter este cuidado, pois a aplicação de produtos (selante ou cera) numa pintura recente impede que a mesma "respire" e que os seus solventes se evaporem.
Manutenção da cera
Existem vários tipos de ceras com várias durabilidades. Enquanto há algumas que são feitas a pensar no look, há outras feitas a pensar na durabilidade (Collinite por ex). Esta última dura vários meses, enquanto que outras duram apenas um mês com 100% de eficácia.
De uma forma geral, o ideal é renovar a aplicação da cera todos os meses. Assim fica garantida a protecção a 100%.Mas no caso de usarem ceras com maior durabilidade como a Collinite, pelo menos de 3 em 3 meses é aconselhável a sua renovação.
Swirls e Hologramas
Todos nós já ouvimos falar alguma de vez de Swirls e Hologramas na pintura de um carro. Mas saberemos realmente o que são e como identifica-los?
O objectivo desta secção é aprender a identifica-los, de modo a fazer uma boa avaliação do estado da nossa pintura.
Por vezes lavamos o carro nas lavagens automáticas e quando saímos olhamos e pensamos "está impecável, não demorou nada e foi barato!"... outras vezes levamos o carro a polir a uma qualquer oficina e ficamos impressionados com o resultado.
O problema é que bem analisado e com as condições correctas, tanto uma como a outra situação vão deixar marcas que só o Detalhe conseguirá resolver, vejamos:
Swirls
Os swirls são basicamente riscos ou micro-riscos no verniz do nosso carro. São provocados 90% das vezes por lavagens ou secagens incorrectas.
As formas mais comuns de criar swirls é lavando em lavagens automáticas (rolos), com vassouras ou com esponjas que só empurram a sujidade pela pintura em vez de a envolverem (como faz a luva de pelo de ovelha).
Na secagem também é frequente criar swirls pelo uso de panos com sujidade, panos de material agressivo (toalhas normais) ou a famosa camurça (a que causas mais defeitos) que não absorve, mas sim empurra toda a água bem como impurezas ou sujidades pela pintura fora!
Os swirls caracterizam-se pela sua forma circular e pelo seu padrão de "teia". Algumas pessoas conhecem-nos precisamente pelo nome "teias de aranha na pintura". Só são visíveis à luz de um holofote ou ao Sol, quando o mesmo incide na pintura. Daí que à sombra ou quando se lava o carro e ainda está molhado, não sejam identificáveis à primeira vista.
Um exemplo de Swirls vistos ao holofote:
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E uma pequena secção já corrigida pelo verdadeiro Detalhe:
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Este carro tinha pouco mais de um ano, mas rolos e vassouradas deixaram a pintura naquele estado, cheia de defeitos e sem brilho. No entanto veja-se como foi possível recuperar o estado original da pintura.
Aqui se vê a importância de uma boa e correcta lavagem, realizada com as técnicas do Detalhe. Não demora 10min, demora uma hora. Não custa 5€, mas 20€ (se feita fora de casa). Mas a pintura está sempre imaculada, com o brilho original e não no estado acima demonstrado. Assim poupam e protegem a pintura, mantém o carro com o brilho e aspecto originais e evitam posteriores detalhes para corrigir todos os defeitos.
Hologramas
Ao contrário do Swirls, já bastante populares e conhecidos, outro grande defeito das pinturas são os hologramas. Estão são muito menos conhecidos pelo público geral e mais difíceis de identificar (mais uma vez é necessária a luz de um holofote ou o Sol a incidir directamente na pintura). Os hologramas menores passam facilmente despercebidos aos olhos de alguém que não esteja familiarizado com os mesmos.
Os hologramas são criados por polimentos deficientes, feitos em várias oficinas ou por pintores, que não conhecem as técnicas apropriadas e não têm material e sensibilidade adequados às situações.
Normalmente nestes locais os polimentos são feitos com berbequins ou rebarbadoras adaptadas para polir. Ora tanto uma como a outra ferramenta, não têm velocidades adequados à verdadeira correcção de pintura (vulgo polimento). Assim sendo, os polimentos são feitos com velocidades muito elevadas, e sendo ferramentas rotativas, estas vão levar a um aquecimento tal do verniz na zona de polimento, que o mesmo acaba por ficar "mole". Nesta situação, e como não há sensibilidade alguma nestes polimentos, como o verniz está mole e o polimento é feito muito depressa, com pressões excessivas na pintura e com movimentos aleatórios e descoordenados, vão aparecer imensos defeitos criados por diferentes pressões no verniz, tirando a uniformidade desta camada.
O resultado vão ser os ditos hologramas, que devido a uma superfície irregular de verniz e à incidência da luz solar nos mesmos, vão dar este resultado:
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Felizmente com o verdadeiro Detalhe e uma verdadeira correcção da pintura, pode-se mais uma vez recuperar toda a pintura original bem como toda a sua perfeição, uns testes de exemplo:
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Um pintor ou mecânico usa uma rebarbadora ou um berbequim para realizar polimentos. Usa uma única massa de polir e uma única esponja. Tira ainda os excedentes e poeiras resultantes do polimento com um desperdício. Um detailer usa uma polidora criada unicamente para o efeito de polir, esponjas e polishs' de diferentes abrasividades, adequadas ao estado da pintura. Todas as limpezas posteriores são feitas com panos microfibras, seguros para a pintura.
Um pintor ou mecânico demora 2 a 3h a polir um carro, um Detailer 10 ou 15h. Daí a diferença de resultados e também de preço. Mas vendo bem, será mesmo mais caro ir a um detailer? Tirem as conclusões...
Cuidados Interiores
Borrachas interiores
Apesar de serem frequentemente ignoradas, para mim as borrachas interiores são extremamente importantes num carro. Bem tratadas, além de apresentarem um aspecto agradável e saudável, as borrachas cumprem importantes funções como a do isolamento do interior do carro (contra a água por exemplo).
Borrachas em bom estado garantem o correcto isolamento do interior contra todos os agentes externos, prevenindo assim danos maiores nas várias superfícies interiores do carro.
As borrachas interiores são extremamente fáceis de serem tratadas.
Para o seu tratamento temos de ter em conta apenas 2 passos, limpeza e condicionamento. Com a primeiro, como o nome indica estamos apenas a limpar toda a superfície da borrachas, eliminando sujidade, contaminantes ou outros produtos ali presentes. Com o condicionamento, além de devolvermos o aspecto ao material, estamos a hidratar o mesmo, conseguindo assim manter todas as suas propriedades (elasticidade por exemplo).
Para a limpeza precisamos de usar All Pourpose Cleaner
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Basta borrifar um pouco de produto para um pano Microfibras e esfregar as borrachas até as mesmas estarem completamente limpas.
Depois da limpeza a borracha vai ter um aspecto baço e ressequido, é mesmo assim. Isto deve-se à limpeza profunda realizada com o All Poupose Cleaner.
Após a limpeza vamos então proceder ao condicionamento, para isso vamos usar o Gummy da 1Z
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Este produto tem uma pequena esponja na extremidade que permite aplicar de forma uniforme o produto em toda a borracha. Depois é só esperar uns minutos e remover os excessos com pano microfibras. Se a borracha estiver muito ressequida, deixar absorver totalmente, repetir o condicionamento e retirar os excessos.
Deixo aqui um exemplo num carro tratado por mim
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Como se pode ver as borrachas estavam super ressequidas! Além de esbranquiçadas, a sua elasticidade também já apresentava algumas alterações. De notar que este carro contava apenas com 30.000km, ou seja, um carro bastante recente e com pouca utilização.
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Aqui um 50/50 na mala. Pode parecer pintado mas não é! É apenas e só a hidratação conferida pelo condicionador, as diferenças são abismais!
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Aqui uma fotografia de uma secção já terminada. Todas as borrachas tinham os aspecto inicial, ressequidas, esbranquiçadas. No fim ficaram todas hidratadas, com elasticidade e com este aspecto que tanto se aprecia!
Uma nota: estas técnicas e produtos também podem ser usadas nas borrachas exteriores!
Curiosidade: Uma embalagem de Gummy custa 5€! Esta embalagem dá para dezenas de aplicações. A substituição de um borracha exterior (daquelas junto aos vidros), em grandes marcas custa mais de 50€! Com uma aplicação mensal deste produto (com um custo de 0,1€ ou 0,2€ evitam a substituição deste tipo de materiais. Façam as contas
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