Audi Q7 4.2 TDI tiptronic

Ensaio by AutoHoje

Audi Q7 4.2 TDI tiptronic



Poucos SUV no mundo «papam-léguas», em estrada ou fora dela, com a voracidade deste Q7 4.2 TDI. Até alguns desportivos se acanham quando o Audi se aproxima. Beep-beep, deixem passar...

Na altura do lançamento, a Audi definiu o Q7 como um SUV capaz de fazer a ponte entre os argumentos tradicionalmente associados a uma berlina «desportiva», um automóvel de luxo e uma carrinha familiar. Se as vertentes do requinte e da versatilidade de utilização foram confirmadas nos ensaios e comparativos em que o Q7 se viu envolvido, já a pretensa associação a um maior dinamismo esbarrava na leitura da ficha técnica do 3.0 TDI. Não tanto por culpa dos 233 cv, mas antes pelos quase 2300 Kg de peso ou pelos 5,086 metros de comprimento.

Mas, pelos vistos, a solução esteve sempre à mão de semear. A Audi decidiu, finalmente, pegar no exemplo do A8 e transplantar o poderoso 4.2 TDI para o capot do Q7. E não satisfeita com o significativo acréscimo de potência proporcionado, resolveu ainda mexer na electrónica do V8 e incrementar o binário dos originais 650 Nm para uns respeitáveis 760 Nm. Ou seja: o peso continua a ser um problema e as dimensões exteriores um empecilho, mas com 326 cv às ordens do pé-direito o Q7 parece, agora, substancialmente mais leve e pequeno.

Ainda assim, a primeira meia-hora ao volante é marcada pela impressão de que seguimos aos comandos de uma locomotiva. A entrega do V8 é esmagadora e a imponente dianteira levanta a cada pressão mais forte no acelerador. À medida que o Q7 ganha velocidade, o que acontece com uma rapidez desconcertante já que este 4.2 TDI passa dos 0 a 100 Km/h em 7,1 segundos, somos assaltados pela sensação de que nada nem ninguém o consegue parar.

O acumular de quilómetros, e a crescente familiaridade com o «intimidante» Q7, provoca um fenómeno digno de um episódio da «quinta dimensão»: o totalizador de quilómetros sobe, mas o peso e as dimensões descem na proporção inversa… Começamos a conduzir o TGV e acabamos ao volante de uma A4 carrinha.
Mesmo no 3.0 TDI, sempre destacámos a relação conforto/comportamento do Q7, mas com uma motorização à altura é um verdadeiro «tomba desportivos».

O segredo está na excelência da dinâmica. A suspensão pneumática (de série no 4.2 TDI) ajuda a potenciar o comportamento, controlando eficazmente os movimentos da carroçaria e permitindo variar a altura entre os 240 mm, para optimizar os ângulos em TT, e os 165 mm, melhorando a aerodinâmica e a estabilidade direccional. Já a escolha de um diferencial central autoblocante Torsen, com uma repartição estática de potência de 40:60, é a opção ideal em matéria de desempenho. Já o ESP permite alguma liberdade de movimentos, mas o facto de não se desligar totalmente acaba por «matar» algum divertimento nos estradões de terra.

Ainda assim, não nos parece que alguém vá comprar, ou deixar de o fazer, um SUV de quase 120 mil euros pelo divertimento que este pode ou não proporcionar ao volante, mas olhe que no caso deste Q7 este pode mesmo ser um argumento decisivo...
 
Até alguns desportivos se acanham quando o Audi se aproxima. Beep-beep, deixem passar...

Mai nada!!! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
 
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