In AutoFoco de 17 de Maio de 2002
Audi S3
De que vale...
De que vale um aumento de potência sem a tão esperada recompensa nas prestações? Ainda assim, deve haver alguma razão para a Audi ter dotado o S3 de mais 15 cv, totalizando agora 225. Mesmo sem termos notado melhorias práticas, o motor, obviamente, continua a convencer. Charme, conforto e muito equipamento permanecem também como pontos fortes do S3.
O Audi S3 é a versão mais desportiva da família A3. O design cativante inerente aos Audi A3 é sobrevalorizado no S3, fruto de algumas pequenas alterações estéticas, mas que surtem um efeito inabalável. No novo S3 essa característica mantém-se. A química que prende o olhar dos transeuntes não esconde que o S3 continua a atrair esteticamente quem com ele se cruza. Mas o novo S3 quase passa despercebido entre os seus irmão mais velhos. Os espelhos retrovisores a imitar alumínio polido (que podemos escolher como opção por 300 €) e as ópticas (que vão ao encontro da última mexida no design do A3), marcam as diferenças estéticas que, muito provavelmente, apenas os mais atentos vão vislumbrar. O restante porte robusto e compacto, com os guarda-lamas alargados e as bonitas e enormes jantes de 17 polegadas Avus, premeiam o S3 com seu já conhecido charme, sem esquecer o conceito desportivo. Não nos podemos esquecer do aileron traseiro, da ponteira de escape com duas saídas e das saias laterais que já faziam, e continuam a fazer, parte da vestimenta do S3.
Uma mais valia?
Mas a novidade passa principalmente pelos 15 cavalos ganhos com as “mexidas” na electrónica do já conhecido bloco 1.8. Um turbo com dois intercoolers e 20 válvulas com dois veios de excêntricos à cabeça trabalham em conjunto para debitar agora 225 cavalos. Infelizmente, o novo valor anunciado não se repercute nas novas medições. Os 7 segundos alcançados no arranque dos zero aos 100 km/h são um valor 0,1 segundos pior que o S3 de 210 cavalos. As recuperações estão igualmente diferenciadas por décimas, ganhando numas, perdendo noutras. Até parece estarmos perante o mesmo motor. Seja como for, o novo S3 não perdeu qualquer da sua essência e as prestações continuam num nível elevado. Só que, aumentando a potência, estamos sempre à espera de mais qualquer coisa...
O bom mantém-se
O comportamento, esse, continua a responder à altura. A direcção é directa e informativa de tudo o que se passa com o S3. Com um certo tempo necessário para uma habituação ao modelo, a sua postura em estrada deixa-nos perceber uma tendência subviradora. Como na maior parte dos carros de tracção integral. Aqui, o levantar do pé direito resulta num soltar da traseira que, se precedido por uma nova aceleração, aniquila num escorregar certinho a curva que deixamos para trás e aponta de forma mortífera para a que se segue. Sempre com a ajuda da tracção às quatro (um sistema viscoso Haldex) e o bloqueio electrónico do diferencial da frente (EDS). As reacções suaves são uma ajuda e, mesmo que em agilidade exista melhor, o S3 brinda-nos com uma boa dose dela. As curvas longas e de raio constante fazem a traseira acompanhar desde mais cedo, mas a desaceleração brusca recomendada nos outros traçados pode resultar em derivas assustadoras para os menos experimentados... Claro que falamos em situações onde o controlo de estabilidade (ESP) está desligado, pois caso contrário, muitas destas sensações são anuladas.
Os pisos irregulares são ultrapassados com bastante “à vontade”, tal o conforto que o S3 disponibiliza a condutor e passageiros.
Claro que tudo tem um preço e, neste caso, uns pouco convidativos 44 874 € são esbatidos numa lista de equipamento recheada. :wink:
Espero ter ajudado :shock: