Greve dos docentes do Ensino Politecnico às Avaliações

Como o Michael Jackson morreu e o Cristiano Reinaldo foi para o Real Madrid não sei se as pessoas têm noção de uma situação extremamente grave que decorre desde dia 7 até dia 13 de Julho com uma forte probabilidade de se prolongar até ao final do mês. Os docentes do Ensino Superior Politécnico estão em greve às avaliações, ou seja, não há exames, e os que não houver, não se sabe ao certo quando se irão realizar.

Eu sou estudante no ISEP e sei que amanhã não terei um exame que seria suposto ter, e que no Sábado também não terei exame, dia 7 só se realizou um exame no ISEP, exame esse com 12 alunos apenas, e ontem dia 8 o cenário foi o mesmo, ou seja, com algo que penso que seja inédito neste país que é uma greve aos exames, só se fala em coisas que não interessam ao menino jesus, e as situações que deviam ter alguma cobertura por parte dos media são completamente descartadas :S

Gostava de saber se há pessoas na mesma situação que eu, estudantes noutras instituições e o que se passa pelo país fora uma vez que a comunicação social só fala nos dois pontos que referi acima. E se houver por aí alguma pessoa "do outro lado" (docente) também seria bom ouvir o ponto de vista.


Pela dignidade do Ensino Superior Politécnico: não somos Alunos e Docentes de 2ª categoria!


O Estatuto de Carreira Docente que o Governo acaba de aprovar coloca o Ensino Superior Politécnico em risco, discrimina inaceitavelmente este subsistema face ao Ensino Universitário, e cria uma instabilidade laboral que prejudicará gravemente alunos e professores nos próximos anos.

A título de exemplo: no Politécnico 50% dos docentes terão de colocar o seu lugar a concurso internacional nos próximos anos enquanto que no Universitário, docentes nas mesmas condições (com doutoramento), entram directamente na carreira. Os docentes do Politécnico que percam o concurso, mesmo com 10, 20 ou mais anos de serviço, serão despedidos sem qualquer tipo de indemnização.

O DIREITO BÁSICO À IGUALDADE DE TRATAMENTO NÃO É RESPEITADO.

No processo de revisão de um Estatuto já com 30 anos, foi conhecida a sua primeira versão a 13 de Abril. A 1 de Julho foi aprovado o Decreto-Lei em Conselho de Ministros, não sendo conhecida, uma semana depois, a versão final do mesmo. Algo que afecta milhares de docentes, dezenas de milhares de alunos, as suas famílias, e atinge a formação de quadros superiores com reflexo na produtividade nacional, deveria ter merecido uma discussão transparente e não constrangida pelo fim de uma legislatura.

ESTA ATITUDE, COM ELEVADOS ENCARGOS FUTUROS PARA O PAÍS, TEM DE SER CLASSIFICADA PELA SOCIEDADE COMO IRRESPONSÁVEL.

Em clima de forte contestação dos Docentes, o Ministro não conseguiu que as estruturas sindicais que representam 95% dos Docentes do Ensino Superior (SNESUP e FENPROF) assinassem o acordo no final das negociações. Mas fê-lo com os “Sindicatos Zero”, assim denominados não só pela sua baixa representatividade, mas porque nunca promoveram qualquer contacto com os Docentes ou deram a conhecer previamente as suas posições.

EM DEMOCRACIA, ESTE TIPO DE PROCEDIMENTO DEVE SER FORTEMENTE CONTESTADO.

Os Docentes do Ensino Superior Politécnico cumpriram até agora todos os requisitos que a lei previa, sendo na sua maioria mantidos em situação laboral precária (fazendo renovação de contratos de dois em dois anos). Como tal, numa altura de revisão do diploma da sua carreira, consideram que deveriam ser tratados como os demais trabalhadores: ao fim de 3 anos, se o seu mérito for comprovado, passam a integrar os quadros da instituição/empresa.

O ESTADO NÃO DEVE TRATAR OS SEUS TRABALHADORES COMO DESCARTÁVEIS, NEM EXIGIR A SI MESMO MENOS DO QUE EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES PRIVADOS.

Os Docentes do Ensino Superior Politécnico não discordam do princípio geral da melhoria da sua formação académica, desde que existam condições reais para a realizar, à semelhança do sistema universitário. Mas não aceitam o “desperdício” de investir em formação para, no final, não terem qualquer garantia de ainda existirem lugares disponíveis. Por outro lado, com programas doutorais de 4 anos, o período transitório previsto de 6 anos, obriga a que um número significativo de Docentes em todas as instituições faça simultaneamente essa formação, não permitindo manter em níveis adequados a qualidade do ensino nas Escolas.

OS REGIMES TRANSITÓRIOS DEVEM SER JANELAS DE OPORTUNIDADE PARA A MELHORIA EFECTIVA DA QUALIDADE E NÃO SITUAÇÕES QUE CONDUZAM A FRACTURAS ESTRUTURAIS COM FORTES IMPACTOS NA SOCIEDADE.

O prestígio que o Ensino Superior Politécnico atingiu nos últimos anos foi conseguido graças ao contributo destes Docentes. Para o mercado de trabalho foram lançados inúmeros jovens diplomados cuja qualidade é reconhecida pelos seus empregadores. No seio das instituições nasceram grupos de investigação de qualidade reconhecida, trabalhando muitos com os seus pares universitários e demais investigadores. A gestão das instituições do ensino politécnico foi assegurada com resultados globalmente positivos. Não é pois legítimo que ao fim de 10, 20 ou 30 anos de serviço, avaliado positivamente a cada renovação bienal de contrato, todos esses Docentes sejam tratados como trabalhadores de segunda categoria.


PELA DIGNIDADE DO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO: NÃO SOMOS ALUNOS E DOCENTES DE 2ª CATEGORIA!

Os signatários

@ http://www.peticaopublica.com/?pi=ESP
 
Pois ontem ia fazer 1 exame e para o cu***lho...acho isto uma falta de respeito pelos alunos :x :x :x

EDITADO

E tambem sou do isep... :P :P :P
 
KOOLBOY disse:
Pois ontem ia fazer 1 exame e para o cu***lho...acho isto uma falta de respeito pelos alunos :x :x :x

Os meus têm sido impecáveis a esse ponto, têm avisado que não irão dar exame, no entanto há alguns que querem dar exame mas não sabem se terão vigilantes para vigiar os exames e como tal não podem dizer nada antes. Em relação ao exame que teria amanhã a regente da cadeira fez uma coisa ainda melhor, ela queria dar o exame, mas como não conseguiu saber até ontem se teria ou não as condições para a sua realização (sabia que os vigilantes listados para o efeito iriam fazer greve, mas não sabia nada em relação aos "vigilantes de substituição") decidiu ela fazer greve para não obrigar as pessoas a ir pra lá.
 
Pois mas isso ta mal porque agora não se vai saber quando é os exames que estão a adiar...so espero não me estragarem as ferias de agosto.... :x :x :x
 
KOOLBOY disse:
Pois mas isso ta mal porque agora não se vai saber quando é os exames que estão a adiar...so espero não me estragarem as ferias de agosto.... :x :x :x

Em Agosto nunca terás exames, podes é ter que fazer exames em Setembro, caso não passes na Época Normal que se realizará na suposta Época de Recurso, se realmente as coisas forem acontecer assim...
 
memphis disse:
Em Agosto nunca terás exames, podes é ter que fazer exames em Setembro, caso não passes na Época Normal que se realizará na suposta Época de Recurso, se realmente as coisas forem acontecer assim...

Mas isso não tem logica nenhuma a epoca normal ser no recurso pois o recurso é exames todos os dias e vamos ter exames todos os dias :evil: :evil: :evil: ...o mais engraçado é que, pelo menos em eng civil, saiu bastantes calendarios de exames provisorios e ja é a 6 versão definitiva e com alterações que sai :x :x :x ...eu pergunto o que os professores andam la a fazer? :roll: :roll: :roll:
 
KOOLBOY disse:
Mas isso não tem logica nenhuma a epoca normal ser no recurso pois o recurso é exames todos os dias e vamos ter exames todos os dias :evil: :evil: :evil: ...o mais engraçado é que, pelo menos em eng civil, saiu bastantes calendarios de exames provisorios e ja é a 6 versão definitiva e com alterações que sai :x :x :x ...eu pergunto o que os professores andam la a fazer? :roll: :roll: :roll:

Não te preocupes que terá que ser feita uma recalendarização, apenas se aguarda a decisão do nosso querido João Rocha, se ele não fizer uma recalendarização então aí partiremos nós para o barulho e aí eu quero ver como vai ser... A mesma coisa acontecerá com a época de recurso a que terás direito em Setembro, que não poderá ser sobreposta com a já existente Época Especial.
 
memphis disse:
Não te preocupes que terá que ser feita uma recalendarização, apenas se aguarda a decisão do nosso querido João Rocha, se ele não fizer uma recalendarização então aí partiremos nós para o barulho e aí eu quero ver como vai ser... A mesma coisa acontecerá com a época de recurso a que terás direito em Setembro, que não poderá ser sobreposta com a já existente Época Especial.

O mal ta ai..eu por acaso não sou trab estudante nem estou em final de curso por isso não posso fazer a epoca especial em setembro mas esses vão estar lixados e nos tambem...porque vai prolongar em setembro a epoca especial e as aulas vao começar ainda mais tarde e vamos andar sempre a correr para o ano que vem...ja dão a materia com clma é por isso :x :x :x ...
 
koolboy disse:
O mal ta ai..eu por acaso não sou trab estudante nem estou em final de curso por isso não posso fazer a epoca especial em setembro mas esses vão estar lixados e nos tambem...porque vai prolongar em setembro a epoca especial e as aulas vao começar ainda mais tarde e vamos andar sempre a correr para o ano que vem...ja dão a materia com clma é por isso :x :x :x ...


Teoricamente terás a Época de Recurso em Setembro, e em Setembro além disso também haverá outra época para os trabalhadores estudantes e para os finalistas, mas como isto anda sempre pelo "diz que disse" já estou por tudo, enfim... Anda um gajo a passar 16h por dia na faculdade a estudar para exames que não vai ter..
 
memphis disse:
Teoricamente terás a Época de Recurso em Setembro, e em Setembro além disso também haverá outra época para os trabalhadores estudantes e para os finalistas, mas como isto anda sempre pelo "diz que disse" já estou por tudo, enfim... Anda um gajo a passar 16h por dia na faculdade a estudar para exames que não vai ter..

Pois o mal está aqui é que nos temos que estudar para os exames,comparecer no horario deles e aber se ha ou não...não podiam logo dizer que não havia e ponto final...eu não gosto de estudar na faculdade pois ás vezes forma-se um barulho que não eu consigo.Hoje pelos vistos vai haver uma reunião com o presidente do IPP e do ISEP e fomos todos convocados mas eu não vou...agora espero que tomem a melhor decisão possivel e que não prejudiquem ninguem ;) ;) ;)
 
koolboy disse:
Pois o mal está aqui é que nos temos que estudar para os exames,comparecer no horario deles e aber se ha ou não...não podiam logo dizer que não havia e ponto final...eu não gosto de estudar na faculdade pois ás vezes forma-se um barulho que não eu consigo.Hoje pelos vistos vai haver uma reunião com o presidente do IPP e do ISEP e fomos todos convocados mas eu não vou...agora espero que tomem a melhor decisão possivel e que não prejudiquem ninguem ;) ;) ;)

Onde viste isso? Tens alguma informação sobre o assunto?
 
memphis disse:
Onde viste isso? Tens alguma informação sobre o assunto?

Não recebest o mail?

Vou coloca-lo aqui:

Caros Colegas,

A Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto,
tem mantido uma postura atenta e preocupada no que concerne à greve do
serviço docente na semana de 7 a 13 de Julho.

Nesse sentido têm sido tomadas medidas com vista a minimizar os efeitos da
greve, de forma a prejudicar o menos possível os Estudantes do ISEP.

A aeISEP solicitou uma audiência com o Prof. Dr. Mariano Gago, Ministro da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a qual se realizará amanhã,
sexta-feira dia 10 de Julho, com vista a expor os problemas que ocorrem
neste momento devido à greve do corpo docente nesta semana de exames.

Apesar das conversações diárias mantidas com o Eng. Vítor Santos,
Presidente do Instituto Politécnico do Porto, a aeISEP irá reunir com
este, no sentido de discutir e apreciar alternativas para que assim
possamos definir, se possível, novas datas de exames.

A aeISEP irá reunir com o Prof. Dr. João Rocha, Presidente do Conselho
Directivo do ISEP, com o intuito de formalizar uma proposta de
recalendarização dos exames bem como efectuar um balanço sobre a greve.

A aeISEP solicitou uma reunião com o Sindicato Nacional do Ensino Superior
de modo a conhecer quais os reais interesses do corpo docente e, se existe
ou não a possibilidade de haver um prolongamento da greve.

Posteriormente a aeISEP apresentará todas as conclusões destas reuniões em
Assembleia Geral de Alunos de forma a informar todos os Estudantes do ISEP
dos acontecimentos futuros.

P'la aeISEP
Thiago Oliveira,
(Presidente da Direcção)
 
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