Praxes........ o tema da atualidade

ora bem... sou trabalhador/estudante, decidi a cerca de 2 anos ingressar na faculdade, e como é obvio, fui praxado.. e neste momento,por vezes praxo, mas sinceramente, o problema de hoje em dia sao os "putos" de 19/20 anos, que, por pensarem que ja sao "doutores" na faculdade que pensam que têm o rei na barriga, pois esses jovens são rapazes que nunca vergaram o coiro no trabalho, nao sabem o que a **** da vida custa!! sao jovens que vao pra faculdade e sao os filhinhos da mama, cheios de mimo e rebeldia e que pensam que mandam em tudo e todos!!

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.... e depois vao pra praia armados em atrasadinhos mentais!! mas quem é que passa na p...ta da cabeça de ir pro pé do mar no estado como ele estava??????? quem??? fdsss

O problema não será tanto esse, ou pelo menos tão literalmente... Há uns anos, quem tinha essa idade, mesmo sem nunca ter trabalhado não tinha o comportamento que eles têm agora...
Vivo ao lado de uma escola secundária e vejo de ano para ano que os comportamentos são cada vez piores, pelo rumo da coisa estamos a caminhar para daqui a uns anos o normal ser eles sairem da primária a fumar drogas...

9 anos de praxe (and counting!), a praxar e a ser praxado (porque a praxe "nunca" acaba!), provam-me isso mesmo... De há 5/6 anos para cá o comportamento de quem entra no ensino superior só se tem degradado! Posso dizer que com a praxe consegui (eu e outros) encaminhar alguns para um caminho bem diferente e melhor que aquele que eles vinham a tomar... Outros nem por isso, acabam por desistir para poder fumar drogas à vontade de manhã à noite...

A praxe nunca me impediu de nada, muito pelo contrário, não me impediu de tirar 2 licenciaturas, nunca me impediu de dizer NÃO, muito pelo contrário, ensinou-me a dizer que não e principalmente a saber dizer que não!

Acredito que o que se tenha passado naquela noite tenha sido um acidente! Por muito acéfalo que um gajo seja, não vai conseguir impor que 6 pessoas fartas de saber o que é a praxe se mandem lá para dentro! Além disso parece haver muita gente a esquecer-se que o sobrevivente foi encontrado em estado de choque e hipotermia e que segundo a polícia marítima a sorte dele foi medir cerca de 2m e isso o ter ajudado a conseguir arrastar-se para fora de água...

Esta caça às bruxas que se está a fazer é o normal, é o que a comunicação social e o sensacionalismo sabem fazer... Se um cão "grande" tiver a infelicidade de matar uma criança, como infelizmente já aconteceu, anda semanas a falar-se nisso e sobre os cães de raça perigosa, e os cães isto e os cães aquilo, até que acontece outra coisa qualquer e depois já ninguém se lembra disso... Aqui vai ser igual...

Há centenas de milhares de pessoas que foram e são praxadas e há meia dúzia de casos de abusos, alguns dos quais para mim nem praxe são, mas segundo os vários "Miguéis Sousa Tavares" deste país, todos os que passaram pela praxe deviam ir para um sanatório ou algo do género! Porque o que está bem hoje em dia são as Casas dos Segredos e afins, esses é que são os comportamentos exemplares e que devem ser seguidos!

Enfim, acho que não consigo dizer melhor que isto:

A Praxe é ingrata, ponto assente.

Não há pastilhas que atem de novo as minhas cordas vocais.
Não há água que reponha o que camisa absorveu ao longo de um dia.
Não há gelo que acalme a dor nas plantas dos pés, que aguentaram o peso, de sol nascer a sol pôr.
Não há alimento que encha o estômago, negligenciado a troco de mais um jogo.
Não há Santa Paciência que beatifique as barbaridades que oiço, mesmo nas perguntas mais simples.
Não há almofada que passe mais tempo encostada à cara do que a minha própria capa.
Fiz noitadas, preparei equipas, equipamentos, o traje, trajes, figurinos e adereços, músicas, gritos, pinturas, a mente, o corpo. Dispendi sono, calorias, muitas calorias, voz, tempo, amigos, criatividade e imaginação, sola, mais calorias, saúde, dinheiro, interesses pessoais, férias.
Mas há algo que paga tudo isto.
Os primeiros sinais são simples. O sorriso cúmplice quando as flexões se tornam insuportáveis. A reposta soprada ao ouvido, ao colega recém-chegado. As gargantas em esforço a defenderem a sua futura formação. Os castigos em comunidade, a criatividade conjunta e o espírito de família, crescendo visivelmente a olho nu por cada dia que passa. A admiração por quem deles cuida. A humildade e veracidade com que se despem de quaisquer personagens, deixam o fato em casa, e vêm ser eles, desconhecidos entre desconhecidos, únicos no meio de únicos. A chegada com um sorriso na cara, com a pele preparada para servir mais uma vez de tela, e a despedida, já sem forças no corpo, com olhos cansados de tantas memórias criadas.
Nos dias seguintes vejo uma mesa preenchida de caras limpas e esfregadas, a trocar contactos. A refeição, momento de eleição para a partilha, serve para discutir os acontecimentos recentes. O início das aulas provoca o início das conversas paralelas e da troca de apontamentos. Começam também os planos conjuntos, extracurriculares. Mas não tarda os copos são trocados por sebentas e brinda-se, em vez dos comuns clichés, aos nove e meios da pauta.
O melhor não vemos nós, já longe. O produto final.
As caras que aguentaram guaches e batons não aguentam as lágrimas, na despedida. A força ganha nas flexões serve para apertar os Amigos, no dia do até já. A voz, alimentada com hinos e cânticos, falha no derradeiro discurso. As memórias, bem estimadas e catalogadas, irrompem simultaneamente em cada rosto conhecido que se vê. O corpo, que foi emprestado para encarnar um qualquer personagem fictício, teima em não ser nosso e a querer voltar para trás. Os olhos, esses, continuam em baixo, para conter o impulso emotivo.
O vínculo de praxe, que condensa três semanas em três dias, dá o seu fruto. Muitos deles encontraram amigos para o resto da vida. Encontram família afastada e alguns conterrâneos. Encontram semelhantes. Talvez o padrinho de casamento, o companheiro artístico ou o par desportista. Alguns encontraram a mulher ou o marido. Provavelmente, já não vou saber disso.
Sei que vi muitos sapatos pretos no meu primeiro ano. Hoje, quando praxo, olho primeiro para baixo, para os meus.
Por Miguel Ponte,
 
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Nem mais... comentário extenso, isento e cheio de realidade. A praxe não é para todos, logo a boca que responde "sim":p também pode e deve responder "NÃO":mad::mad:, sem medo das represálias futuras, se existirem. O que se passou no MECO, ninguém sabe e se calhar nunca se vai saber na totalidade (infelizmente)... O único sobrevivente e para alguns arguido, é inocente até prova em contrário! Julgo que todos deveremos ser pacientes e não indiferentes...
 
muito bem dito ;).... ora os media agora andam todos "preocupados" com a PRAXE, mas isto tudo nao passa de mais uma banalidade de tentar impingir as pessoas!!! e viva á PRAXE! "DURA PRAXIS SED PRAXIS!" mais nada ;)
 
Concordo com as praxes dentro das instalações, nos horários escolares, tudo fora disso deve ser proibido. Afim de acabar com cenas destas como da praia do meco e outras que aconteceram no passado.
 
Concordo com as praxes dentro das instalações, nos horários escolares, tudo fora disso deve ser proibido. Afim de acabar com cenas destas como da praia do meco e outras que aconteceram no passado.

Se as praxes forem dentro das instalações como se integram alunos deslocados na cidade da faculdade!
Se for nos horários escolares o que acontece com as aulas? A praxe iria desaparecer com tantos entraves!
 
Se as praxes forem dentro das instalações como se integram alunos deslocados na cidade da faculdade!
Se for nos horários escolares o que acontece com as aulas? A praxe iria desaparecer com tantos entraves!

Eles Doutores faltam as aulas ou só vão as que interessam. reprovam anos a fio para ganhar galões ou estatuto chamem-lhe o que quiserem podem bem fazer as praxes nos horários escolares.. não ir para a praia a um sábado de manhã com o mar daquela maneira. Falo da situação do meco com outras que assisti em braga ao sábados, domingos, noites... Por isso não me digam que ai e tal com tantos entraves acabam com as praxes. Não digo que as culpas são só dos ditos Doutores também atribuo culpas a quem é praxado que deviam disser não a esse tipo de situações. Por isso a minha opinião é de as praxes serem feitas dentro do recinto escolar tudo a partir dai deve ser proibido.
 
Depois de ler 4 páginas de posts, onde me identifico com mais uns do que outros, venho colocar mais umas achas na fogueira.
Quando vi a notícia pela primeira vez, pensei logo que tudo não se passasse de uma bela noitada de copos, e acabou tudo junto a passear junto à praia. Veio uma onde e levou o pessoal. Muita confusão e pormenores, poucos ou nenhuns. Começo a ver um grande movimento de media e redes sociais a condenar as praxes académicas, por causa do que aconteceu no Meco. Aqui estavam logo a enterrar-se todos.
Para quem viveu o mundo académico a nível superior, mas não só estes, pode ter um conhecimento mais ou menos profundo do que são praxes académicas, o que são tradições, blá blá blá... Existem universidades que não se dignam a saber o que são códigos académicos, o que é saber trajar, o que é saber praxar. PRAXE É INTEGRAÇÃO, NÃO HUMILHAÇÃO. A praxe é a acção que leva a que todos os novos estudantes (neste caso, os do 1º ano) "sofrem" para entrar na universidade. Caso saiba, nenhum dos alunos que morreu no Meco estava no 1º Ano. Estavam todos trajados. Aqui reside a pequena grande diferença, que está a causar este alarido todo, onde as associações/grupos anti-praxe, e a própria comunicação social, não está a fazer passar a mensagem correcta. O QUE ACONTECEU NO MECO, É UMA PORCARIA DE RITUAL. Ponto. Como alguém já disse, e muito bem, qual é a comissão de praxes que exige ter tudo documentado, o perfil dos seus integrantes? Isto é mais seita que outra coisa. Quem sofre praxes são os novos alunos, não quem já traja. Nunca, mas em tempo algum, aquilo tem que ver com praxe. Se querem trajar e praxar, peguem nos códigos académicos e tenham a decência dos cumprir. Todo e qualquer trajado que tenha de sofrer algum tipo de repreensão, é feito, a título excepcional, no tal tribunal de praxe", que só tem esse nome, por ser no mesmo momento que os caloiros, que supostamente se portaram mal, são também "reeducados". Mas sempre com o objectivo de integração e não humilhação.

Uma outra observação, prende-se com o caloiro ser ou não ser praxado. Felizmente que andei numa universidade, onde aprendi algo muito simples: Respeitar a opinião dos outros. A 1ª pergunta que se fazia, e faz, actualmente na universidade por onde passei é: Quem daqui, é contra ou anti praxe? Quem for, dê-nos o numero de processo, para saber que não pode trajar. e retirar-se do local onde decorre a aula mais "importante" de todas: a 1ª aula. E começa a época oficial de praxes. Não é por isto que é colocado de parte. Existe respeito e liberdade de opinião.

A quem praxei, e a quem via a praxar mal, reprimia e dizia sempre o seguinte: Uma boa praxe, vale, ou tem, o seu valor por uns dias. Uma praxe de *****, vale a vida inteira.


Posto isto, ainda atrevo-me a dizer, que a história nunca vai ser sabida, apesar de uma ou outra opinião ser capaz de se aproximar do que realmente aconteceu. Basta ver que todos os estudantes se fecharam em copas com o que se passou. Conivência estranha. E assim partilhei os meus 5 tostões de letras.


P.S. O quanto a comunicação social gosta de vender, e o quanto o Governo bate palmas por existir um tema que é transversal a todos os canais, de modo a deixar temas críticos de forma mais esquecida, e a serem resolvidos de forma branda e favoráveis a si...
 
Eu continuo a achar tudo uma grande fantochada.

E isto pelo simples facto que andei do 1º ao 11º na escola e se la consegui me bem integrar, e quase numa escola nova a cada ano, e sem praxes, bulling, wathever, acho que na Facultade também quem quisesse conseguia.

Ainda assim li isto no correio da manha de sábado e quero partilhar o vídeo que foi feito entretanto.

Vítimas do Meco tinham os "pés atados com fita adesiva" Atualidade - CMTV

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Eu continuo a achar tudo uma grande fantochada.

E isto pelo simples facto que andei do 1º ao 11º na escola e se la consegui me bem integrar, e quase numa escola nova a cada ano, e sem praxes, bulling, wathever, acho que na Facultade também quem quisesse conseguia.

Se não sabes o que é a praxe....não digas disparates..

Representas aqui o estereotipo de pessoa que não faz a mínima noção do que é praxe, e que fala apenas sobre o que ouve..... E digo-te... O que ouves e vês na TV nada tem a ver com a VERDADEIRA praxe...
 
Continuo a afirmar. A comunicação social, periódicos e grupos anti-praxe, estão a querer levar a sua ideia de querer terminar com a praxe. E aproveitam-se de um acontecimento de "trajados" (NÃO SÃO CALOIROS) para dizer que a praxe isto, a praxe aquilo. Essa capa de correio da manhã, deveria ter escrito ritual ou cerimónia de seita, como queiram, fatal. Não praxe fatal. É a minha opinião.
 
Se viram o vídeo como eu vi, o socio entrevistado explica bem como se pratica aquela praxe, e como acha que foi feita.

Agora cada um tem a sua opinião eu continuo na minha.
 
Se viram o vídeo como eu vi, o socio entrevistado explica bem como se pratica aquela praxe, e como acha que foi feita.

Agora cada um tem a sua opinião eu continuo na minha.

Não ligues ao Cutkiller que a praxe dele foi ser empalado e agora não se consegue esquecer dos bons tempos... :green:
 
se tiveram tempo para ver programa "prós e contras" ontem na RTP 1 esclarece muita coisa, há alguns andam la anos como aquele Duks em Coimbra a 24 anos para tirar um curso e defende as praxes .
ate professores foram la relatar casos condenáveis dentro das universidade e o que fazem os próprios reitores nada , para mim há praxes e praxes . mas as deste que aconteceram no meco são crime vamos ver o que acontece na justiça .
 
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