É com prazer que inicio "as emissões regulares" (ou até esporádicas, dependendo do interesse dos tópicos) no fórum.
Começo por saudar o autor do tópico e todos aqueles que trouxeram de facto valor acrescentado ao assunto; conseguiram prender a minha atenção durante 6 páginas seguidas (li tudo hoje) e até fazer-me registar para dar o meu contributo (embora num contexto um bocadinho diferente).
Enquadrando: estudo engenharia electrotécnica (4º ano), estou à pouco tempo de férias e nestes tempos mortos entre o vir da praia, jantar, dormir aquela sonequinha à hora do "salve-se quem puder", acordar e voltar a ter sono, gosto de ler umas coisas.
Tendo (modestia à parte até pela formação superior que estou a tirar) jeito para estas coisas da tecnologia, já andava um bocado farto de alguns amigos, insistentemente, me chatearem com "Oh (o meu nome)... vê lá se aprendes a reprogramar as centralinas, quero dar um toquezinho no meu bolinhas", decidi fazer uma pesquisa para me ambientar ao assunto.
Sendo entre autodidata e extremamente observador na oficina (a maioria dos trabalhos feitos no meu carro numa oficina só foram feitos da primeira vez - há que ver para aprender) achei e continuo a achar que a "coisa" das reprogramações não é nada por aí alem. A operação até é relativamente simples em termos físicos, sendo que o factor que diferencia um bom ou mau trabalho é a experiência acumulada de quem executa o trabalho. Confesso ter ficado chateado com os senhores que tentaram demover os destemidos. Quem ler o que eles dizem, até fica com a ideia de que se trata de uma ciência exacta, sem erros quando se domina a teoria. Se há quem queira assumir o risco de errar e aprender por experiência própria, só temos de estar contentes pois nós, mais tarde ou mais cedo, vamos ter aquele problema que eles já tiveram e aí poderão ser-nos úteis. Não somos um país que dá cartas na engenharia por cada engenheiro ficar fechado no seu laboratório, mas sim por haver partilha de conhecimento e parceria na investigação. Várias cabeças pensam sempre melhor que uma só. Isto para dizer quem quantas mais pessoas se interessarem e estudarem o assunto, menos erros se cometerão e melhores e mais rápidas soluções irão surgir.
A experiência mais próxima que tenho com reprogramações é com as pequenas consolas portáteis da sony (psp's). Andava eu no meu 1º ano de electro e comprei uma psp. Também cansado de ouvir lamurias sobre aqueles "bandidos" dos programadores que levavam 30 e 40€ para uma reprogramação, decidi-me a aprender a alterar as ditas cujas. Como deverão imaginar surgiram logo aquelas vozes pessimistas a dizerem "Epa... não te metas nisso, olha que transformas aquilo num tijolo e nunca mais fazes nada daquilo". Lá andei a estudar muitas coisas (e não só o que se lê nos fóruns, naquela altura não havia tanta informação como há hoje), algumas valentes horas de volta daquilo e, certo dia, perdi o amor aos 200€ que custou a psp e arrisquei a manobra. Felizmente correu bem. Depois fiz as dos amigos. Nem todas correram tão bem como a minha e foram precisas mais horas de estudo e MUITAS EXPERIÊNCIAS para resolver a questão. Nenhuma ficou sem fazer a sua função. Depois, não fazendo negócio, acabei por pagar a minha psp com as psp's dos conhecidos dos amigos, sendo que me deram sempre o que quiseram, não deixei de fazer nenhuma por não me darem o mesmo dinheiro que o anterior.
Bem sei que a complexidade é diferente e não se pode comparar. Também os recursos são outros. Por isso mesmo o princípio é igual. Neste caso não tenho competências técnicas para fazer tudo. A calibração dos mapas requerem conhecimento de mecânica que (mesmo com todas aquelas físicas que eu um dia tive na faculdade) não possuo. A vantagem que tenho é ter grandes amigos engenheiros mecânicos. Não pensem que na faculdade se aprende tudo, não se aprende é nada, apenas se adquire a capacidade de chagar lá rapidamente. E é aqui os engenheiros mecânicos darão um forte contributo para chagarmos a resultados interessantes pois aqueles programas caríssimos que permitem alterar parâmetros de forma intuitiva mais não são do que interfaces que traduzem em parâmetros as características gráficas pretendidas . A partir de agora vou começar a estudar as ferramentas de trabalho disponíveis. Quando tiver opinião formada dou notícias.
Cumprimentos e boas experiências
(Desculpem se enchi muitos chouriços mas, dado o adiantado da hora, já não estou na posse de todas a minhas faculdades mentais)